Lisboa - Correm em meios restritos de Luanda, políticos e empresariais, rumores segundo os quais estalaram “desentendimentos graves” entre Kundi Paihama e António Ferreira, seu principal sócio e gestor de negócios. Uma das causas do problema terá sido uma sugestão de A Ferreira, repelida por K Paihama, tendo em vista a realização de auditorias a empresas comuns.
Fonte: Africamonitor.net
A Ferreira, vulgo “Tony”, português, tem participações e/ou cargos sociais em negócios de K Paihama tais como o BANC-Banco Angolano de Negócios e Comércio; Finangest, hotelaria e jogo; Gestimóvel, construção e imobiliário; Geogeste, mineração, com interesses nos granitos ngeros da Huíla e diamantes.
Em parceria com outro português, António Coutinho, este de presença mais recente em Angola, K Paihama, actualmente ministro dos Antigos Combatantes (antes ministro da Defesa), implantou-se igualmente no comércio automóvel criando a Multiauto – que representa várias marcas.
K Paihama tem a reputação de adversário da corrupção. A sua acção política foi marcada por vários pronunciamentos públicos anti-corrupção. Em privado costuma dizer que a sua fortuna é “limpa”, precisando que começou a acumular com a exploração de dois casinos em Luanda, Tivoli e Marinha.
2 . O litígio entre A Ferreira e K Paihama apresenta a particularidade de serem mais nítidos os apoios e gestos de solidariedade com que o primeiro tem contado entre figuras de primeiro plano do regime. É o escritório de Carlos Feijó que lhe presta assistência jurídica.
K Paihama, no passado uma figura proeminente do regime, tem vindo nos últimos 2 anos a passar por um ofuscamento social e político. Só foi mantido no Governo, embora exercendo uma pasta de menor importância, devido a circunstâncias fortuitas. As suas actividades empresariais não são apreciadas no círculo presidencial.
Vários empresários de duvidosas competências e descritos como dependentes de favores do regime, inclusive através de créditos bancários de amortização geralmente descurada, entraram nos últimos meses em declínio. Há indicações de que houve “orientações superiores” para moralizar o sector através de critérios de “selecção dos melhores”.