TEMA:“Mortalidade Infantil em Angola de 1950 a 2005 ”
DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho as nossas famílias, que muito fazem para continuarmos os nossos estudos. O nosso muito obrigado.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço ao todo poderoso que me deu força e saúde, ao professor por ter nos dado a oportunidade, na pesquisa e elaboração deste trabalho.
Bem-haja a todos.
ÍNDICE
ÍNDICE……………………………………………………….I
DEDICATÓRIA ……………………...………..…………..…I
AGRADECIMENTOS………………………………………III
INTRODUÇÃO……………………………….......................1
Formulação do Problema……………………………………..2
Objectivos Gerais…………………………………………….2
Objectivos Específicos………………………………………..2
CAPITULO I…………………………………………...........3
1.1 Taxa de mortalidade Infantil……………………………….3
1.1.2 Mortalidade Infantil……………………………………..3
1.1.3 Taxa de Mortalidade……………………………………3
2. Mortalidade infantil segundo ministério da saúde……………3
CAPITULO II ………………………………………………..................5
2.1 Demografia de Angola………………………………………..............5
2.1 Aceleração no crescimento……………………………………..........8
2.3 O crescimento populacional acelerado suscita preocupações….............9
2.4 Estudos sobre a Mortalidade Materna e Infantil em Angola....................9
3. Dados demográficos……………………………………………..........11
3.1 Angola tem taxa de mortalidade infantil mais elevada dos PALOP……12
3.3 Angola: Luta contra a mortalidade infantil……………….....................13
Mortalidade Infantil………………………………………………….......14
Conclusão………………………………………………………….........15
Bibliografia………………………………………………………………16
INTRODUÇÃO
Este trabalho surgiu no âmbito da disciplina de Demografia que é leccionada no 2º ano da licenciatura de Gestão e Administração Pública e que tem como finalidade a reflexão da seguinte questão: Mortalidade Infantil em Angolana de 1965 a 2005
Foi neste contexto que surgiu a ideia de realizar um trabalho que exemplifique uma das teorias que procura explicar a origem das mortalidades infantil em Angola.
O objectivo deste trabalho é justamente apresentar uma dessas teorias: Mortalidade Infantil, Taxa de Mortalidade, Mortalidade infantil segundo ministério da saúde, Demografia de Angola, Aceleração no crescimento, O crescimento populacional acelerado suscita preocupações, Estudos sobre a Mortalidade Materna e Infantil em Angola, Dados demográficos, Mortalidade Infantil, Angola tem taxa de mortalidade infantil mais elevada dos PALOP, Angola: Luta contra a mortalidade infantil, e mais, etc. e como se explica as mortes, então só nos basta desfolhar o mesmo.
Formulação do Problema
Pergunta de partida
O que é a Mortalidade Infantil?
Mortalidade infantil consiste nas mortes de crianças durante o seu primeiro ano de vida é a base para calcular a taxa de mortalidade infantil que consiste na mortalidade infantil observada durante um ano, referida ao número de nascidos vivos do mesmo período.
Objectivos Gerais
È evidente que no âmbito do processo das nossas pesquisas traçamos objectivos relacionados a mortalidade infantil, eis então os objectivos gerais do nosso estudo:
v Fornecer informações necessárias e indispensáveis sobre os factores que determinaram o seu surgimento.
v Descobrir como é sustentável, quais os ramos em que coopera este fenómeno para melhor solucionar,
v Mostrar consciência da consequência deste fenómeno.
Objectivos Específicos
v Contribuir para uma melhor compreensão deste fenómeno, através da análise de dimensões e o índice de mortes infantil;
v Identificar as especificidades da mortalidade, através da análise de dimensões da população residente;
v Fornecer uma perspectiva do papel das altas taxas de mortalidade no pais
v Referenciar a importância crescente das mortalidades e dos seus agentes;
CAPITULO I
1.1 Mortalidade Infantil em Angola de 1950 a 2005
1.1.2 Mortalidade Infantil
Mortalidade infantil consiste nas mortes de crianças durante o seu primeiro ano de vida é a base para calcular a taxa de mortalidade infantil que consiste na mortalidade infantil observada durante um ano, referida ao número de nascidos vivos do mesmo período.
1.1.3 Taxa de Mortalidade
Corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12.Quando as condições de existência podem ser consideradas boas, satisfatórias, a mortalidade tende a ser mais reduzida. No Brasil, assim como a natalidade, a mortalidade caiu, especialmente a partir do processo de industrialização, que trouxe melhorias na assistência médica e sanitária à população, além da urbanização acentuada.
2. Mortalidade Infantil Segundo Ministério da Saúde
Os indicadores de saúde são utilizados pela Saúde Pública para avaliar as condições de vida de uma população. A mortalidade infantil é considerada um dos mais sensíveis desses indicadores. Conhecer o perfil da mortalidade infantil é fundamental para a formulação de estratégias que permitam o seu controle Este deve ser feito desde uma assistência adequada à mulher durante a gravidez e o parto e um acompanhamento principalmente das crianças consideradas de risco.
O coeficiente de mortalidade infantil é a relação entre o número de óbitos de crianças menores de um ano e o número de nascidos vivos em determinado local e calculado na base de mil nascidos vivos. Este coeficiente é reconhecido como um dos mais sensíveis indicadores de saúde, pois a morte de crianças menores de um ano é directamente influenciada por condições de pré natal, gravidez, história materna, conduta e doenças maternas, ruptura precoce de membrana, generalidade, idade materna, consanguinidade, procedimentos perinatais, mortalidade perinatal, condições e tipo de parto, síndrome da morte súbita, estado marital, intervalo entre partos, factores inter-partais, diferenças raciais materna e infantil condições socioeconómicas, prematuridade, baixo peso ao nascer, más formações congénitas, mães portadoras do HIV e de outras doenças infecto contagiosas e outros.
O coeficiente de mortalidade infantil é um indicador bastante utilizado e dividido tradicionalmente em: mortalidade infantil neonatal e mortalidade infantil tardia que ocorrem respectivamente antes e após 28 dias. A mortalidade infantil neonatal é, por sua vez, dividida em mortalidade infantil neonatal precoce que compreende os óbitos ocorridos entre 0 e 6 dias e em mortalidade infantil neonatal tardia que ocorre entre 7 e 28 dias de vida.
Outro conceito importante é o de mortalidade perinatal que compreende a mortalidade infantil neonatal precoce e a natimortalidade. A nartimolidade é, por definição a relação entre o número de nascidos mortos e o de nascidos vivos em determinada área e período.
O presente estudo visa, através de uma revisão bibliográfica de 2085 artigos do MED-LINE de 1993 a 1997, dos quais foram seleccionados 82 artigos a fim de analisar a evolução da mortalidade infantil em termos globais, conhecer como se distribuem os óbitos no primeiro ano de vida, segundo as causas básicas de mortes; os factores de risco associados a sua prevalência nos diversos países e suas regiões e analisar os determinantes da mortalidade infantil, da natimortalidade e mortalidade perinatal.
Vale destacar que o nosso propósito inicial era fazer um levantamento desses dados em termos nacionais, porém a quantidade de trabalhos nacionais encontrados nessa referência e nesse período foi escassa. A partir disso resolvemos fazer um trabalho em termos globais no qual foram excluídos pela selecção aqueles que tratavam de assuntos muito específicos como por exemplo bócio endémico em grávidas, encefalopatia associada ao tipo de parto entre outros. Devido à grande quantidade de informações ao respeito da mortalidade infantil, foi feita uma relação entre ela e as seguintes variáveis: história materna, doenças maternas, gravidez, pré-natal, factores relacionados ao parto, factores relacionados ao pós-parto e mortalidade infantil em diferentes países.
CAPITULO II
2.1 Demografia de Angola
Devido à grande quantidade de informações à respeito da mortalidade infantil, foi feita uma relação entre ela e as seguintes variáveis: história materna, doenças maternas, gravidez, pré-natal, factores relacionados ao parto, factores relacionados ao pós-parto e mortalidade infantil em diferentes países.
A população de Angola é constituída por 90% de indivíduos de raça negra, e por 10% de raça branca e mestiça. A maior parte da população negra é de origem banta, destacando-se os quimbundos, os Bakongos e os Chokwe-lundas, porém o grupo mais importante é o dos Ovimbundos.
No Sudoeste existem diversas tribos de Boximanes e Hotentotes. A densidade demográfica é baixa (8 habitantes por quilómetro quadrado) e o índice de urbanização não vai além de 12%. Os principais centros urbanos, além da capital, são Huambo (antiga Nova Lisboa), Lobito, Benguela, e Lubango (antiga Sá da Bandeira).·
Angola possui a maior taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e de mortalidade infantil do mundo. Apesar da riqueza do país, a sua população vive em condições de extrema pobreza, com menos de 2 dólares americanos por dia.
Mil e 400 mulheres morrem em cada 100 mil partos de bebés nascidos vivos em Angola, cifra das mais altas do mundo num dos países que é igualmente dos mais ricos.
Fonte do Ministério da Saúde (MINSA) disse à Angop que a taxa de mortalidade de crianças abaixo dos cinco anos é de 158 em mil nados vivos no ano de 2005, também uma das mais altas do mundo.
Um número relativamente reduzido de doenças como a malária, as diarreias agudas, as infecções respiratórias, o sarampo e o tétano neo-natal são responsáveis por 60 por cento das mortes entre crianças abaixo dos cinco anos de idade.
Angola precisa baixar estes índices rapidamente para níveis aceitáveis, visando por um lado alcançar os objectivos quatro e cinco de desenvolvimento do milénio, subscritos pela ONU, onde se propõe reduzir em dois terços a mortalidade infantil e reduzir para três quartos a taxa de mortalidade materna até 2015.
Uma outra explicação da escassa prestação do sector sanitário do país foi a destruição massiva das infra-estruturas da saúde (mais de 65 porcento) por motivos sobejamente conhecidos. A maior parte do pessoal refugiou-se em Luanda e nas outras grandes cidades, onde se estabeleceram 70 por cento dos médicos, 30 por cento do pessoal de enfermagem e 45 por cento do restante pessoal paramédico.
Como consequência, a cobertura dos serviços sanitários de base é baixa e a maioria da população não é servida por eficientes serviços de assistência primária.
Não obstante isso, o governo diz estar empenhado na reposição e aumento das infra-estruturas sanitárias, pese embora o facto de muitas delas não serem suficientemente funcionais, sobretudo a nível de Centros e Postos de Saúde, pois, Angola tem somente oito médicos para 100 mil habitantes, uma média aquém de alguns países africanos.
O resultado combinado destes factores é que 60 por cento da população não tem ainda acesso aos serviços primários de saúde, acrescendo o facto de o governo desenvolver a assistência em estruturas grandes e fixas e a experiência hoje mostra que esses serviços devem ser completados com serviços fornecidos localmente, daí a importância do agente comunitário e, consequentemente, a necessidade da revitalização dos serviços municipais de saúde.
Todavia, Angola tem uma grande oportunidade de alcançar resultados importantes no campo da saúde pública. De 2002 a esta parte o país goza de situação de paz e estabilidade e as perspectivas de desenvolvimento económico são bastantes promissoras se tivermos em conta que nos últimos três anos a taxa de desenvolvimento foi de aproximadamente de 20 por cento.
Reconhecendo a importância que o sector da saúde tem no crescimento económico, o governo aumentou significativamente nos últimos cinco anos o orçamento para a saúde e até duplicou entre 2005 e 2006.
Em 2006, a despesa sanitária per capita era de 71 dólares, equivalentes a 3,4 por cento do PNB, considerado um grande desempenho do governo.
Mundo e por região, entre 1949-1950 e 2000-2005 (Nações Unidas),
Para facilidade de comparação entre os diferentes países ou regiões do globo esta taxa é normalmente expressa em número de óbitos de crianças com menos de um ano, a cada mil nascidos vivos.
O índice considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos. Evolução da taxa de mortalidade infantil (número de crianças mortas por 1000 nascidos vivos) no
O Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) mantém uma ordenação dos países por taxa de mortalidade, utilizando um conceito chamado Under 5 mortality rate ou U5MR definido pela OMS como a probabilidade de uma criança morrer até aos cinco anos de idade, por mil crianças nascidas vivas.
Ano
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Taxa de mortalidade infantil |
Posição
|
Mudança Percentual |
Data da Informação
|
2005
|
187,49
|
1
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-1,94%
|
2005 est.
|
Taxa de mortalidade infantil: total: 182,31 mortes/1.000 nascimentos
Homens: 194,38 mortes/1.000 nascimentos
Mulheres: 169,64 mortes/1.000 nascimentos (2008)
2.1 Aceleração no Crescimento
Este crescimento tem como origem vários factores. O primeiro é a alta taxa de fecundidade, com seis filhos por mulher em toda a sua vida reprodutiva. Mas há também a redução gradual da taxa de mortalidade e a imigração internacional. Angola é um país vasto mas, infelizmente, a sua distribuição geográfica não é das melhores. Temos o exemplo de Luanda, onde há uma grande pressão sobre os serviços sociais. Durante a guerra foi das cidades mais seguras e a que oferecia mais oportunidades de emprego. Vivemos todos os dias o impacto dos engarrafamentos, as dificuldades de abastecimento de água potável, de fornecimento de energia eléctrica, carência de hospitais e é muito difícil, um Governo dar resposta a todas essas questões.
2.3 O Crescimento Populacional Acelerado Suscita Preocupações
Não é o crescimento populacional que nos deve preocupar, mas sim a capacidade de resposta à procura dos serviços sociais básicos que foi criada pelo rápido crescimento populacional. Se o Governo não der uma resposta adequada, obviamente que os problemas se agravam e podem pôr em causa o desenvolvimento do país. É fundamental que a geração actual seja preparada para que não se crie um vazio no futuro.
2.4 Estudos Sobre a Mortalidade Materna e Infantil em Angola
Fruto da sua elevada taxa de fecundidade, Angola possui uma população muito jovem. Mas ao mesmo tempo tem uma assistência ao parto muito reduzida. Em 1996, apenas 17 por cento dos partos ocorriam nos hospitais com assistência de pessoal qualificado. Em 2001, esse indicador melhorou para 47 por cento, e o último inquérito revelou 48 por cento.
Na África do Sul esse indicador é de 80 por cento. Isso reflecte que a mortalidade materna em Angola é extremamente elevada, e na maior parte dos casos as mães morrem ao dar à luz. Igualmente elevada é a mortalidade infantil. Estima-se que 150 crianças em cada mil que nascem vão morrer antes de completar um ano, e 250 crianças vão morrer antes de completar os cinco anos. São indicadores muito elevados e que colocam o país numa situação pouco confortável, se tivermos em conta as metas de desenvolvimento do milénio. Precisamos de fazer muito mais para reduzir esses indicadores.
E esse trabalho é em conjunto com instituições como o Fundo das Nações Unidas para a População. Geralmente a distribuição da população no território é uma resposta às condições de vida que cada local proporciona. Observamos que as pessoas estão mais concentradas no litoral. Se avançarmos para o interior verificamos que a taxa de densidade populacional nas províncias do Moxico e Kuando-Kubango, por exemplo, não ultrapassa as quatro pessoas por quilómetro quadrado.
O Governo está preocupado em desenvolver o país de uma forma mais harmoniosa, através de políticas de desenvolvimento rural para evitar o êxodo do campo para as grandes cidades. As políticas que estão viradas para uma maior desconcentração da população podem realmente ser afectadas com a crise financeira mundial, caso aconteça o mesmo com os recursos que inicialmente estavam previstos para o seu desenvolvimento.
No ano de 1950, a esperança de vida era estimada em 30 anos. Ela subiu até 33 anos, até 1970, e lentamente foi subindo até aos 40 anos, entre 1975 e 1995. Actualmente, segundo dados das Nações Unidas, a esperança de vida em Angola situa-se entre os 47 e os 48 anos.
2.5 Mortalidade Infantil
Definido como o número de óbitos ocorridos entre crianças, do nascimento ao primeiro ano de vida, o índice de mortalidade infantil reflecte um conjunto de factores: alimentação, assistência médica, condições hospitalares, condições de moradia, saneamento básico e higiene social. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento diferencia várias etapas da mortalidade infantil: a mortalidade precoce, que atinge as crianças com menos de sete dias; a mortalidade neonatal, que afecta as crianças do sétimo dia ao primeiro mês; e a mortalidade pós-neonatal, que alcança crianças do primeiro mês ao primeiro ano de vida.
3. Dados demográficos
De acordo com estimativas disponíveis de Julho de 2005, há a indicação de que a população angolana infantil é de 10,180,546 indivíduos. Dados de Julho de 2005.
A esperança de vida dos Angolanos está em média nos 38,43 anos, sendo 37.28 anos para o sexo masculino e 39.64 anos para o feminino.
Média de Idades:
Total: 18.12 anos
Sexo Masculino: 10.12 anos
Sexo Feminino: 10.11 anos (Estimativa de 2005)
Taxa de Mortalidade Infantil (estimativa de 2005)
Total: 191.19 mortes/1,000 nascimentos
Sexo masculino: 203.68 mortes/1,000 nascimentos
Sexo Feminino: 178.07 mortes/1,000 nascimentos (estimativa de 2005)
Esperança de Vida:
População Total: 38.43 anos
Sexo masculino: 37.28 anos
Sexo feminino: 39.64 anos (Estimativa de 2005)
3.1 Angola tem Taxa de Mortalidade Infantil mais Elevada dos PALOP
Angola é o País Africano de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com a taxa de mortalidade infantil mais elevada, atingindo 133 crianças por cada mil, revela o relatório anual do Fundo da ONU para a População (UNFPA) divulgado esta quarta-feira.
Segundo a mesma fonte, dos outros dois PALOP analisados, a taxa de mortalidade infantil na Guiné-Bissau é de 114 por cada mil, enquanto Moçambique apresenta o valor mais, baixo.
O documento aponta que, nas regiões menos desenvolvidas, a taxa de mortalidade infantil é de 59 em cada mil, enquanto nas mais desenvolvidas é de apenas sete. O relatório "A situação da população mundial 2006 - Passagem para a Esperança: Mulheres e migrações internacionais" refere ainda que a taxa de mortalidade em crianças com menos de cinco anos é também superior em Angola com 245 meninos e 215 meninas em cada mil, na Guiné-Bissau é de 206 no sexo masculino e 183 no feminino, enquanto em Moçambique é de 171 e 154, respectivamente.
A taxa média de mortalidade infantil em crianças com menos de cinco anos nas regiões menos desenvolvidas é de 87 para o sexo masculino e de 85 para o feminino, contra 10 e 9, respectivamente, nas mais desenvolvidas.
De acordo com o relatório da UNFPA, a percentagem do rendimento nacional gasta em saúde é semelhante nos três PALOP - 2,9 por cento em Moçambique, 2,6 por cento na Guiné-Bissau e 2,4 por cento em Angola.
A esperança média de vida nos três países ronda os 40 anos, sendo ligeiramente superior na Guiné-Bissau, com 43,8 para os homens e 46,5 para as mulheres, país que tem também a maior taxa de acesso a água potável, 59 por cento, contra 50 por cento em Angola e 42 por cento em Moçambique. Nas zonas mais desenvolvidas, a esperança média de vida é de 72,4 para homens e 79,7 para as mulheres.
Quanto à prevalência do HIV/SIDA, Moçambique, com 20,2 milhões de habitantes, é o caso mais grave, com 13 por cento dos homens e 19,2 por cento das mulheres entre os 15 e os 49 anos infectados.
Em Angola (16,4 milhões de habitantes) estão infectados três por cento dos homens e 4,4 por cento das mulheres e na Guiné-Bissau (1,6 milhões de habitantes), 3,1 e 4,5 por cento, respectivamente.
O número de nascimentos resultantes de gravidezes em adolescentes entre os 15 e os 19 anos é de superior na Guiné-Bissau, com 188 em cada mil, seguindo-se Angola com 138 e Moçambique com 99. Nas regiões mais desenvolvidas, a média é de 25 por cada mil.
O estudo revela ainda que Moçambique foi o país a receber mais ajuda externa, cerca de 68 milhões de dólares (53,1 milhões de euros), seguindo-se Angola, com 18,9 milhões de dólares (14,7 ME) e a Guiné-Bissau, com apenas 1,5 milhões de dólares (1,1 ME).
3.3 Angola: Luta contra a mortalidade infantil
Na última semana de Fevereiro de 2000, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lançou um programa de água e saneamento básico nos acampamentos de pessoas desabrigadas na cidade angolana de Kuito. Dado ao alarmante número crescente de mortalidade infantil registrado durante o segundo semestre de 1999 (segundo dados obtidos em Janeiro de 2000, o índice diário de mortalidade infantil foi de 2,6 para cada 10.000 crianças), o CICV e Médicos Sem Fronteiras da Bélgica, assim como outras organizações humanitárias efectuaram avaliações nutricionais, médicas e sanitárias, para descobrir as razões desta dramática situação.
Após as avaliações, chegou-se a conclusão de que as principais causas da mortalidade infantil são a falta e a má qualidade de água disponível, assim como a falta de higiene. Apesar de haver centros sanitários, a população raramente os utiliza.
Para melhorar o abastecimento de água, o CICV fornece diariamente, como medida de urgência, um total de 121.000 litros de água nos quatro acampamentos mais povoados, o que representa 4 litros suplementares de água potável por dia, por pessoa. Esta operação continuará até que terminem as obras de perfuração de poços empreendidas por outras organizações de ajuda humanitária.
Para fazer frente aos problemas de higiene nos acampamentos, o CICV iniciou obras de drenagem, construção de 1.000 latrinas (com ajuda das próprias pessoas deslocadas), distribuição mensal de sabão às 20.000 famílias, assim como um programa de educação sanitária realizado em colaboração com a Cruz Vermelha de Angola.
Um estudo será realizado para verificar as causas do pouco uso dos serviços de saúde disponíveis.
Desde Dezembro de 1998, Kuito tem recebido um número grande de pessoas deslocadas/desabrigadas. Actualmente há aproximadamente 116.000 pessoas instaladas em 18 acampamentos, situadas em sua maioria em uma colina que se torna particularmente insalubre durante a estação das chuvas.
Mortalidade Infantil
O índice de mortalidade infantil reflecte um conjunto de factores: alimentação, assistência médica, condições hospitalares, condições de moradia, saneamento básico e higiene social. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento diferencia várias etapas da mortalidade infantil: a mortalidade precoce, que atinge as crianças com menos de sete dias; a mortalidade neonatal, que afecta as crianças do sétimo dia ao primeiro mês; e a mortalidade pós-neonatal, que alcança crianças do primeiro mês ao primeiro ano de vida.
Podemos citar também que houve uma queda na taxa da mortalidade perinatal com relação ao peso ao nascer, prematuridade, o baixo grau de escolaridade da mãe, idade materna menor que 14 e maior que 40 anos e um grande intervalo interpartal.
A respeito do aleitamento materno verificamos a sua grande importância devido à sua acção imunológica prevenindo a mortalidade infantil. Com relação à mortalidade infantil em diferentes países verificamos que há uma tendência global decrescente da taxa, porém nos países desenvolvidos, as principais causas de morte identificadas foram: a síndrome da morte súbita, infecção por streptococcus-b e anomalias congénitas. Por sua vez, nos países subdesenvolvidos foram identificadas: infecções do tracto respiratório e digestivo, malária, sarampo, e doenças infectam contagiosamente em geral.
Conclusão
Desta forma afirmamos que a mortalidade infantil verificou-se com a perimortalidade seguida pelo baixo peso ao nascer, foram as principais causas de morte.Com relação aos factores maternos verificamos que segundo a etnia, os filhos de mães negras apresentaram maiores taxas de mortalidade com relação à generalidade, peso ao nascer, `a prematuridade e à situação socioeconómica da mãe quando comparados a crianças brancas. A respeito da consanguinidade não há relação estatisticamente significante com a mortalidade infantil.
As principais doenças maternas associadas à mortalidade infantil encontradas no levantamento foram hipertensão arterial, diabetes, infecção por HIV, sìfilis e infecção por streptococcus tipo B.
Verificou-se também que os factores ambientais são determinantes da taxa de mortalidade infantil. Assim, crianças que nasceram no meio urbano apresentaram menor coeficiente de mortalidade infantil em relação àquelas que nasceram no meio rural. Conclui-se também que a ausência de saneamento básico e a poluição excessiva do ar, também são responsáveis pelo aumento dessa taxa.
Bibliografia
Fontes:
v CIA World FACTBOOK – Actualizado em Novembro de 2005
v Monografia de Angola, Governo de Angola, Ministério do Planeamento
1)WALLER, PL;ROSS, A;HOSS, RE; DALING, JR- white and differences Low birth weight in twins: black, Acta-Genet-Med-Gemellol-Roma, 42(2): 159-69, 1993.
2)SUNG, JF; TAYLOR, BD; BLUMENTHAL, DS; SIKES, K; DAVIS, FLOYD; WADE, TE; McGRADY, G; LOFTON, TC.-Maternal factors, birthwheight, and racial differences in infant mortality: a Georgia population-based study, 3)BACON, CJ-Infant mortality in ethinic minorities in Yorkshire, UK, Early-Hum-Dev, 38(3):159-60, 1994 sep 15.
4)STOCKWELL, EG; GOZA,FW- Racial differences in the relationship between infant mortality and socioeconomic status, J-Biosoc-Sci, 28(1): 73-84, 1996.
Matérias soltas Relacionadas com o Trabalho
Mortalidade infantil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Taxa de mortalidade infantil)
Taxas de mortalidade infantil a nível mundial, por país.
Mortalidade infantil consiste nas mortes de crianças durante o seu primeiro ano de vida é a base para calcular a taxa de mortalidade infantil que consiste na mortalidade infantil observada durante um ano, referida ao número de nascidos vivos do mesmo período.
Evolução da taxa de mortalidade infantil (número de crianças mortas por 1000 nascidos vivos) no mundo e por região, entre 1965-1970 e 2000-2005 (Nações Unidas)
Para facilidade de comparação entre os diferentes países ou regiões do globo esta taxa é normalmente expressa em número de óbitos de crianças com menos de um ano, a cada mil nascidos vivos.
O índice considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil nascimentos.
O Fundo das Nações Unidas para a infância (UNICEF) mantém uma ordenação dos países por taxa de mortalidade, utilizando um conceito chamado Under 5 mortality rate ou U5MR definido pela OMS como a probabilidade de uma criança morrer até aos cinco anos de idade, por mil crianças nascidas vivas. (ver [1])
Consulte também: Lista completa de países por índice de mortalidade infantil
Taxas de mortalidade por 1000 nascidos vivos (países da CPLP) |
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P a í s |
Ranking (1) |
Perinatal (2) |
Até 1 ano (3) |
Até 5 anos (4) |
|
||||||||
(em 2008) |
(em 2000) |
(em 1990) |
(em 2005) |
(em 1990) |
(em 2005) |
|
|||||||
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54 |
154 |
154 |
260 |
260 |
|
|||||||
116º |
15 |
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|||||||
85º |
10 |
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|||||||
12º |
48 |
153 |
124 |
253 |
200 |
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|||||||
24º |
48 |
158 |
100 |
235 |
145 |
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|||||||
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|||||||
41º |
38 |
|
|
118 |
118 |
|
|||||||
68º |
40 |
133 |
|
177 |
|
|
Fonte: UNICEF [2]
Notas:
(1) Ordenação dos países da UNICEF por taxa de mortalidade até aos 5 anos. Os piores indicadores aparecem nas primeiras posições.
(2) Mortalidade de fetos (a partir de 28 semanas de gestação ou 1000 gramas de peso) até ao fim do 7º dia de vida.
(3) Óbitos de bebés até um ano de idade.
(4) Óbitos de bebés até cinco anos de idade.
Referências
Taxa de mortalidade
A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de mortes registrados por mil habitantes em uma dada região em um período de tempo.
A taxa de mortalidade pode ser tida como um forte indicador social, já que, quanto piores as condições de vida, maior a taxa de mortalidade e menor a esperança de vida. No entanto, pode ser fortemente afetada pela longevidade da população, perdendo a sensibilidade para acompanhamento demográfico.
Outros indicadores de saúde, como a taxa de mortalidade infantil, são mais significativos, pois têm forte correlação com as condições de vida em geral.
Taxa de mortalidade perinatal
Taxa de mortalidade perinatal é o número de mortes fetais de 28 ou mais semanas de gestação e óbitos de nascidos vivos com menos de sete dias de idade, observado num dado período de tempo - normalmente, um ano civil -, referido ao número de nados-vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas.
Para facilitar a comparabilidade dos dados dos diferentes países esta taxa é habitualmente expressa em número de óbitos fetais de 28 ou mais semanas e óbitos de nados-vivos com menos de sete dias de idade por mil nados-vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas.
Taxa de abortos
É o número anual de abortos estimado por 1000 mulheres na idade reprodutiva.
Ver também
Tábua de mortalidade
Tábua CDC 2003.
Tábua de Mortalidade, também chamada de Tábua de Vida ou Tábua A(c)tuarial, é uma tabela utilizada principalmente no cálculo atuarial, em planos de previdência e seguros de vida, tanto no setor público quanto no setor privado, para calcular as probabilidades de vida e morte de uma população, em função da idade. As tábuas de mortalidade caracterizam-se por ser um modelo tabular da análise demográfica, que permite traçar políticas públicas e estudos demográficos.
As tábuas são criadas a partir de dados provenientes de Censos Populacionais, entidades oficiais do país a que se referem, levantamentos sobre apólices de seguros de vida, experiência de fundos de pensão, registro civil, livros de batismo e enterro e reflete a população num determinado período de tempo. Ela apresenta a probabilidade de morte e sobrevida de um determinado número de indivíduos em uma certa idades, entre outros dados que variam conforme a tábua.
Origem
O primeiro cientista a tentar construir um Tábua de Mortalidade foi o inglês John Graunt. Ao longo de sua vida, ele esforçou-se para a obtenção de dados referentes à mortalidade de pessoas, mas faleceu sem concluir seu trabalho.
Alguns estatísticos afirmam que sábios islâmicos no ano de 1447 elaboraram o que seria a primeira tábua de mortalidade da história.[1]
Breslaw Table
Breslaw Table.
A primeira tábua de mortalidade construída sobre princípios realmente científicos foi a Breslaw Table, elaborada por Edmund Halley em 1693. Seu nome vêm da cidade em que os dados foram coletados, Breslaw, atual Wroclaw, na Polônia.
Breslaw foi escolhida porque ficava geograficamente longe do mar, de modo que as imigração e emigração eram pequenas, gerando uma estabilidade demográfica com a qual John Graunt não pode contar em Londres.
Tábuas Atuais
Em 1815, Joshua Milne, atuário da Sun Life, apresentou uma tábua de mortalidade por meio de técnicas estatísticas e demográficas similares às utilizada atualmente. Levando em conta as informações populacionais de expostos ao risco de morte observados na cidade inglesa de Carlisle. Desde então, um grande número de tábuas foi publicado em todo o mundo. Em 1868, no EUA, foi publicado uma tábua de mortalidade com uma grande base de dados de seguros norte-americana, refletindo a experiência americana nos seguros de vida, o que é considerado um marco neste estudo.[2]
O estudo satisfatório da sobrevivência exige a uma grande quantidade de dados confiáveis sobre nascimentos e mortes. Os métodos pelos quais estes dados são compilado é um tema de interesse de atuários e estatísticos. Comumente, os dados brutos (frequências) são transformados em razões e interpolados. Após serem "graduados", através de um tratamento matemático, com a introdução de uma distribuição de probabilidade e de uma suavidade desejável para o produto final, mas preservando as características básicas das observações, a tábua está pronta para a publicação.[2]
No Brasil existem três tábuas de mortalidade populacionais (Experiência Brasileira 1980, 1991 e 2002) criadas pelo IBGE, e anualmente são divulgadas tábuas que são fruto de um modelo de projeção populacional elaborado com as informações conhecidas. Esses modelos precisam ser revistos sempre que uma nova tábua é incorporada ao conjunto. As tábuas criadas pelo IBGE são pouco utilizadas no mercado previdenciário e securitário por apresentarem taxas relativas ao conjunto da população, que são diferentes das registradas entre o nicho de mercado das pessoas que compram esse tipo de produto. No país, institutos de aposentadoria e pensões, costumavam publicar tábuas de suas experiências. Até a década de 70, o IRB publicava tábuas com a experiência de seguros de vida e acidentes do trabalho. A Susep, órgão fiscalizador do setor de seguros, adota como parâmetro a tábua AT-2000, de origem estadunidense.
Suavização
Uma técnica por vezes adotadas pelas empresas de seguros de pessoas e de previdência é a suavização dos valores das tábuas de mortalidade, visando criar tábuas em que a mortalidade é reduzida para fazer frente ao aumento da expectativa de vida.
Características
As tábuas de mortalidade são divididas em colunas que cruzam a idade (representada por ) com uma função biométrica. A primeira idade da tábua é chamada de idade-raiz da tábua. A quantidade de vivos nesta idade (geralmente arbitrada em 100.000 ou 1.000.000) é conhecida como a raiz da tábua. A última idade atingível em uma tábua é chamada de ω (letra grega omega, a última do idioma helênico).
Pricipais funções
As tábuas de mortalidade são geralmente discriminadas por sexo, em razão de suas taxas de mortalidade substancialmente diferente. Outras características também podem ser usados para distinguir os diferentes riscos, como tabagismo, profissão ou classe sócio-econômica.
Tábua Intergeracional
Em um ambiente com aumento da expectativa de vida e redução das taxas de juros real (que remuneram o capital poupado para aprosentadoria), surge a necessidade de uma evolução no conceito de tábuas atuariais, visto que as tábuas de mortalidade apresentam modelos estáticos. Assim, passaram a ser desenvolvidas as Tábuas Geracionais ou Intergeracionais que apresentam uma taxa de mortalidade às diferentes "gerações", representadas pelo ano de nascimento, criando assim tábuas mais dinâmicas que possibilitam projeções de mortalidade mais rigorosos.
As tábuas geracionais permitem uma melhor avaliação da mortalidade e sobrevivência, antecipando os efeitos do aumento da expectativa de vida, conseqüências dos avanços tecnológicos e da melhoria das condições da vida humana. São mais difundidas em países como Suíça e França, que possuem bases estatísticas e instituições mais sólidas. No Brasil, por exemplo, existem poucos dados referentes a mortalidade, especialmente se tratando da faixa populacional que compra produtos de previdência e seguros contra morte e as empresas são obrigadas e escolher na criação de um produto um tábua de mortalidade (estática) e uma taxa de juros, entre 0% e 6% ao ano, que deverá ser perseguida, além da inflação.
Em 2008, esperança de vida dos brasileiros chega a 72,86 anos
A esperança de vida ao nascer da população de ambos os sexos no Brasil passou de 69,66 anos (69 anos, 7 meses e 29 dias) para 72,86 anos (72 anos, 10 meses e 10 dias). Assim, brasileiros nascidos em 2008 esperariam viver, em média, 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais do que os nascidos em 1998. Em 2008 a esperança de vida ao nascer masculina era de 69,11 anos, e a feminina, de 76,71 anos. Entre 1970 e 2008, a mortalidade infantil caiu de 100 para 23,30 óbitos por mil nascidos vivos. Mesmo considerando-se apenas o período entre 1998 e 2008, a queda da mortalidade infantil evitou mais de 200 mil óbitos. Ainda assim, de 1998 a 2008, morreram, diariamente, 68 homens jovens de 15 a 24 anos por causas externas, totalizando cerca de 272,5 mil óbitos. Nesse período, entre os jovens de 20 a 24 anos, as causas externas vitimaram 9 homens para cada mulher. Esses são algumas informações construídas a partir da Tábua de Mortalidade do IBGE referente ao ano de 2008.
Desde 1999, o IBGE divulga anualmente a Tábua Completa de Mortalidade da população do Brasil, referente a 1º de julho do ano anterior. Esta divulgação tem sido realizada em cumprimento ao Artigo 2º do Decreto Presidencial nº 3.266, de 29 de novembro de 1999. A tábua de mortalidade apresenta a expectativa de vida para idades exatas até os 80 anos, e tem sido utilizada pelo Ministério da Previdência Social como um dos parâmetros do fator previdenciário das aposentadorias sob o Regime Geral de Previdência Social.
De 1998 a 2008, esperança de vida ao nascer cresceu mais de três anos
A esperança de vida ao nascer da população de ambos os sexos no Brasil passou de 69,66 anos (69 anos, 7 meses e 29 dias) para 72,86 anos (72 anos, 10 meses e 10 dias), indicando que um brasileiro nascido em 2008 esperaria viver 3 anos, 2 meses e 12 dias a mais que aquele nascido em 1998.
Em Angola, a taxa de mortalidade infantil teve uma queda de 30% na última década, passando de 33,24‰ em 1998 para 23,30‰ em 2008, indicando que, neste ano, para cada mil nascidos vivos, 23,30 teriam falecido antes de completar um ano de idade. Neste período, a TMI masculina diminuiu de 37,51‰ para 26,91‰ (uma redução superior a 28%), ao passo que a feminina passou de 28,79‰ para 19,55‰ (uma queda de 32%).
Ao longo do período, a redução da mortalidade infantil no Brasil conseguiu poupar cerca de 205 mil mortes de menores de um ano de idade. Se a taxa de mortalidade infantil tivesse permanecido constante desde 1998, o país teria tido, nestes 11 anos, 1.261.570 óbitos de menores de um ano, em vez das 1.055.816 mortes estimadas. A taxa de mortalidade infantil do Brasil já não mais apresenta nível semelhante ao de países como o Afeganistão (157,00 por mil), Chad (129,9 por mil), Angola (117,5 por mil), Serra Leoa (104,30 por mil) e Libéria (95,10 por mil). Mas, o Brasil mantém uma distância colossal de situações vigentes em Países como Islândia (2,90 por mil), Singapura (3,00 por mil), Japão (3,20 por mil), Suécia (3,10 por mil) e Noruega (3,50 por mil).
De 1998 a 2008, causas externas vitimaram 9 homens jovens para cada mulher
A sobre mortalidade masculina também pode ser aferida pelo número de óbitos por idade e sexo. No grupo de idade dos 20 a 24 anos, tanto em 1998 quanto em 2008 os óbitos violentos masculinos chegam a ser 9 vezes superiores aos verificados no sexo feminino. Por sua vez, as causas naturais também ocorreram em maior número entre os homens, porém com um diferencial bastante menor, em relação às mortes violentas.
Em 2008, em média, as causas externas vitimaram os homens quase 30 anos antes das causas naturais
Entre 1998 e 2008, o processo de envelhecimento da população concorreu para aumentar sua idade média ao falecer: em 7,0 anos para os homens e em 8,8 anos para as mulheres.
No tocante às mortes violentas, a mais expressiva variação na idade média ocorreu entre as mulheres (8,4 anos) enquanto o aumento da idade do sexo masculino foi de apenas 2,2 anos. Ou seja, os homens continuaram falecendo a uma idade mais precoce, comparativamente às mulheres, quer seja por morte natural ou violenta.
Há uma significativa diferença nas idades médias dos óbitos naturais em relação às mortes violentas. Em 2008, enquanto os homens faleciam em média aos 65,2 anos por causas naturais, as mortes violentas ocorriam a uma idade média próxima aos 37 anos.
Entre 1950 e 2000, crescimento anual da população reduziu-se de 3,04% para 1,64%
Desde o século XIX, o Brasil caracterizou-se pela prevalência de altas taxas de natalidade e, também, de mortalidade. Na década de 1940, teve início a queda das taxas de mortalidade, com a permanência das altas taxas de natalidade, ocasionando elevadas taxas de crescimento populacional: 2,39%, na década de 1940 e 3,04% na década de 1950. As taxas de natalidade somente entram em declínio em meados da década de 1960, quando se inicia a paulatina difusão dos métodos anticonceptivos orais no Brasil.
Na década de 1970, tanto a mortalidade quanto a fecundidade estavam em franco processo de declínio. Nos anos 80, a diminuição acelerada da taxa de natalidade, devido à propagação da esterilização feminina no País, concorreu para taxas de crescimento cada vez menores (1,93%, entre 1980 e 1991, e 1,64%, entre 1991 e 2000).
Entre 1960 e 2000, o número médio de filhos por mulher cai de 5,76 para 2,39
Até 1960, a taxa de fecundidade total estimada para o País era ligeiramente superior a 6 filhos por mulher. O Censo Demográfico de 1970 mostrou uma pequena redução neste indicador (5,76 filhos por mulher).
O número médio de filhos por mulher em 1991 já se posicionava em 2,89 e, em 2000, em 2,39. As PNADs 2006, 2007 e 2008 já apresentam estimativas que colocam a fecundidade feminina no Brasil abaixo do nível de reposição das gerações (1,99; 1,95 e 1,86 filho por mulher, respectivamente).
De 1940 a 2008, a esperança de vida foi de 45,50 anos para 72,86 anos
Já a esperança de vida do brasileiro em 1940 sequer atingia os 50 anos de idade (45,50 anos). Os avanços da medicina e as melhorias nas condições gerais de vida da população concorreram para que, 68 anos mais tarde, este indicador atingisse 72,86 anos, em 2008. Segundo a projeção de população do IBGE, em 2050 esse indicador deverá chegar aos 81,29 anos.
Participação dos idosos na população será quase igual à dos jovens em 2030
O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, está cedendo lugar a uma pirâmide populacional característica de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento.
A idade mediana da população também vêm crescendo e deverá praticamente duplicar entre 1980 e 2035, ao passar de 20,20 anos para 39,90 anos, respectivamente, podendo alcançar os 46,20 anos, em 2050. A idade mediana é aquela que separa a distribuição etária em dois blocos de 50% cada um (Gráfico 3).
Outro indicador que mostra o processo de envelhecimento da população brasileira é o índice de envelhecimento (divisão do número de idosos pelo de crianças). Entre 2035 e 2040 a população idosa (65 anos ou mais) poderá alcançar um patamar 18% superior ao das crianças (0 a 14 anos) e, em 2050, esta relação poderá ser de 172,7 idosos para cada 100 crianças.
Mantidas as tendências dos parâmetros demográficos implícitas na projecção da população do Brasil, o País percorrerá velozmente um caminho rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido, fenómeno que, sem sombra de dúvidas, implicará em adequações nas políticas sociais, particularmente aquelas voltadas para atender as crescentes demandas nas áreas da saúde, previdência e assistência social (Gráficos 9).
Entre 1970 e 2008, a mortalidade infantil caiu de 100 para 23,30 óbitos por mil nascidos vivos
A mortalidade infantil no Brasil, estimada em 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos, em 2008, é alta se comparada à dos países vizinhos do cone sul para o período 2005 - 2010, por exemplo (13,40 por mil, na Argentina; 7,20 por mil, no Chile e 13,10 por mil, no Uruguai). Entretanto, o avanço é inegável, pois, por volta de 1970 a taxa estava próxima de 100.
O efeito combinado da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade em Angola tem produzido transformações no padrão etário da sua população, sobretudo a partir de meados dos anos 1980.
Novo perfil demográfico oferece oportunidades e exige medidas
É importante apontar que, na actualidade, a população com idades de ingresso no mercado de trabalho (15 a 24 anos) passa pelo máximo de 34 milhões de pessoas, cifra que deverá permanecer relativamente estável até 2020, quando então tenderá a diminuir.
O aproveitamento desta oportunidade demográfica proporcionaria o dinamismo e o crescimento económico da nação, se este efectivo fosse preparado adequadamente tanto em termos educacionais quanto em relação à sua qualificação profissional para enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, não somente em nível nacional, mas também em escala global.
Cabe alertar que esta oportunidade guarda estreita associação com o mercado de trabalho, já que este deve ter a capacidade de geração de emprego de forma a absorver um elevado contingente de pessoas em idade de trabalhar, ao mesmo tempo em que se retiram por aposentadoria um expressivo número de indivíduos, crescente a cada ano.